quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Feliz Ano Novo!

O blogue Botânica nas Ilhas, vem por este meio desejar-vos, um Excelente Ano de 2016!

sábado, 24 de outubro de 2015

Micromeria thymoides (Sol. ex Lowe) Webb & Berthel. subsp. cacuminicolae (P. Pérez) Rivas Mart., ou Micromeria thymoides (Sol. ex Lowe) Webb & Berthelsubsp. thymoides

   Caminhando na costa norte da ilha do Porto Santo, encontrámos um pequeno arbusto, de uns 40 cm de altura e um pouco mais de diâmetro; as folhas pareciam carnudas e por vezes dispostas em cruz, nascendo o par seguinte fazendo 90 graus com o par anterior. As florzinhas rosadas não deixaram dúvidas... só podia ser uma Labiada.
   Consultando a listagem, logo nos apareceu os candidatos mais prováveis: uma das subespécies da Micromeria thymoides. E segundo a listagem, a que existe no Porto santo é a cacuminicolae.
Só que este termo, de tão estranho, merecia tentar saber-se o que significava e quem a baptizou assim.
No Dicionário Font Quer ficamos a saber que cacuminicolae quer dizer habitante dos cumes.
O passo seguinte foi procurar na Press, o que aumentou a confusão.
A Flora da Madeira (Press) considera duas variedades (thymoides e cacuminicolae) de uma subespecie thymoides da espécie Satureja varia. A variedade thymoides seria a mais comum, com maior porte e vivendo feliz em três das ilhas do arquipélago Madeira, Porto Santo e Desertas. O termo cacuminicolae seria reservado para a variedade restrita às montanhas centrais e com crescimento junto ao chão, muito menos comum.

Em que ficamos: encontrei no Porto Santo a cacuminicolae ou a thymoides?

Por outro lado lembrava-me de uma outra labiada que já tínhamos encontrado na Ponta de São Lourenço, na levada do risco, e nas rochas do Garajau... com um porte diferente, apenas uns fiozinhos encostados à rocha. Para tira teimas, Roberto Jardim, 2000, considera também a variedade thymoides como sendo a mais comum e presente na Madeira, no Porto Santo e nas Desertas. Sendo assim, considero ter havido um erro de impressão na listagem e sigo em frente.


Quanto à questão do género, consultando a flora Ibérica, dois caracteres, o tamanho relativo do tubo do cálice e a forma das folhas, convencem-nos da boa classificação em Micromeria:

O tubo do cálice é bem mais comprido que os dentes, carácter que, entre outros, distingue as Micromerias dos Thymus
Das Saturejas distingue-se, também, por ter as folhas planas ou revolutas, mas não conduplicadas.

As folhas parecem roliças, mas com mais atenção podemos ver que são revolutas, isto é com as margens enroladas para baixo. Outro dado interessante, esta planta encontrava-se junto a outras espécies que assumiam uma forma semelhante: PlantagoFrankenia...

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Outuno

E visto que, chegou o Outuno...

"Word of Autumn"

The colder wind today, brought word of change.
With Autumn on its way soft blossoms shrink.
Berries dropp their plump hued heads in phases,
And shorter days pull Autumn to its brink.

The sun sheds less it brigntness in full streams.
Pine tress sigh, branching closer to the ground.
Early morning grass recalls frosty dreams. 
Autumn hunkers closer with autumn sounds.

Ligth health´s cosy warmth, pull covers higher.
One of Autumn´s blessings is a blazing fire.

Fay Slimm
Fonte

Novas espécies

    Mais duas espécies descobertas e descritas para o arquipélago da Madeira.
Viola sequeirae J. Capelo, R. Jardim, J.C. Costa, Lousã & Rivas Mart, uma espécie endémica, e Rubia occidens J. Capelo, M. Seq. & H. Schaef. referente a populações existentes nos arquipélagos das Canárias, Madeira e em alguns locais do sul da Península ibérica; separada de Rubia agostinhoi  Dans. & P. Silva existente apenas no arquipélago dos Açores.

Fig. 1 - Rubia occidens e Viola sequeirae

sábado, 8 de agosto de 2015

Massarocos

     Um passeio de domingo, e um olhar mais atento consegue facilmente identificar entre a vegetação, as três espécies da família Boraginaceae existentes na ilha da Madeira,  Echium candicans L.f. (End. Mad.), Echium nervosum Dryand (End. Mad., P.S. e D.) (massaroco) e Echium plantagineum L. (nativa). Existe ainda, uma quarta, Echium portosanctensis J.A.Carvalho, Pontes, Batista-Marques, R. Jardim, mas cresce apenas na ilha vizinha, Porto Santo, o que implica um passeio mais demorado... de barco ou avião...
    Desde o século XVIII são descritas espécies para o género Echium, em 1782 C. Lineu descreve a primeira espécie endémica para a ilha, E. candicans, e mais recentemente em 2010 por J. A. Carvalho, T. Pontes, M. I. Batista-Marques & R. Jardim é descoberta E. portosanctensis, que possivelmente, não será a última...


E. portosanctensis

E. nervosum
E. plantagineum

E. candicans


domingo, 14 de junho de 2015

Nuvens baixas no Curral


Aconteceu que o último passeio domingueiro, neste caso no feriado de 10 de junho, foi ao Curral das Freiras. E que belíssima broa de castanha na padaria local. Mas os campos repletos de flores branquinhas, foram de facto a surpresa.



Para uma aprendiz de botânica, logo se pôs a questão de identificar tal beleza em nuvem baixa: uma apiácia completamente desconhecida. Mas tão frequente, haveria de ser possível identificar. Um redopio pelo Flora-on (preciosa ajuda)... O Coutinho (Flora de Portugal, 1939) só me levou ao género. E chego a uma conclusão: Torilis arvense, com muitas dúvidas, que esta matéria, como muitas outras, não se compadece da falta de um guru. Também faltaram os frutos maduros, mas se calhar já não era tão grande a surpresa branca.

Torilis arvensis.

Torilis arvensis, fruto não maduro.



terça-feira, 2 de junho de 2015

Cabeleira de Coquinho


Lotus loweanus Webb & Berthel.





Uma endémica exclusiva do Porto Santo.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Poesia

Cerejeira em flor (Prunus sp.)
Espelho

E eis que do tronco
rompem-se os brotos:
um verde mais novo da relva
que o coração acalma:
o tronco parecia já morto,
vergado no barranco.

E tudo me sabe a milagre;
e eu sou aquela água de nuvens
que hoje reflecte nas poças
mais azul seu pedaço de céu,
aquele verde que se racha da casca
e que tampouco ontem à noite existia.

Salvatore Quasimodo
Fonte

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Jasmim

                 J. azoricum
  Nas caminhadas, cada vez mais raras, para além das cores intensas, do frio da manhã, invade-nos um agradável cheiro  a jasmim, que por breves instantes faz-nos esquecer de tudo o resto... 
Segundo Press & Short (1994), na ilha da Madeira existem três espécies de jasmim [Jasminum grandiflorum, Jasminum azoricum L. (end. Mad.) e Jasminum odoratissimum L. (end. Mac.)] todos pertecentes à família Oleraceae, ou seja parentes da oliveira - Olea madeirensis (Lowe) Rivas Mart. & del Arco, (end. Mad.). Todavia, o inicial  J. azoricum (jasmim branco) imaginado revela-se sob um olhar mais atento, um jasmim de estrela, Trachelospermum jasminoides (Lindl.) Lem. igualmente bonito, mas originário da Ásia e de uma família botânica completamente diferente, Apocynaceae...
T.  jasminoides
   Entre dezenas de espécies existentes para este género, torna-se necessário uma boa chave dicotómica, persistência e uma boa dose de paciência,  para que nos ajudar a distingui-las...
J. odoratissimum 
    
Ref.: Press J.R., Short M.J., 1994. Flora of Madeira. The Natural History Museum, 574 pp. 
End. Mad. - endemismo da ilha da Madeira; End. Mac. - endemismo da Macaronésia

sábado, 18 de abril de 2015

Girassol mexicano 


Tithonia diversifolia


A invadir "silenciosamente" as zonas baixas da Madeira. Vimo-la pela primeira vez nos jardins da Universidade da Madeira. Depois, escapada de cultura nas zonas limítrofes. Pode agora ser encontrado em Santa Cruz, no Garajau... 

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Geranium maderense Yeo




Não é todos os dias que nos floresce uma endémica no quintal.
Algumas flores parecem ser só femininas. 

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Pelo caminho...

Nas caminhadas matinais ou em passeios ao fim do dia, acabamos por encontrar diversas plantas. Neste sentido, e esperando dar um novo sopro de ar fresco, a este recanto um tanto esquecido, colocaremos uma vez por mês, fotos de espécies botânicas existentes na ilha da Madeira...

Ipomoea ochraceae (Lindl.) G. Don

  Nativa da África, esta pequena corriola de flores amarelas da família Convolvulaceae está naturalizada na ilha da Madeira, tendo sido introduzida com intuitos ornamentais. Podemos encontra-la em terrenos incultos ou em zonas rochosas sobranceiras da cidade do Funchal.